quarta-feira, janeiro 28

PEDAL SOLO: Paineiras, Bom Retiro, Vista Chinesa



Doutor disse que tenho que virar uma ciclista pernocuda para compensar as ‘patas de ganso’ dos meus joelhos. Alfredinho vai ficar com ciúmes quando souber que tenho ‘patas de ganso’ e não patas de pato.

Doutor também mandou botar o vasto medial para trabalhar, e ‘pegar mais leve’ no pedal. Como não sou muito de seguir conselhos e costumo fazer o que bem entender, vou pular a parte chata, de ‘pegar leve’ no pedal. Eu hein, ‘pegar leve’, onde já se viu...



Então hoje às 6h fui tirar o vasto-qualquer-coisa da preguiça com alguns quilômetros de subidas. Itinerário: Copa, Lagoa, Botafogo, Laranjeiras, Rua Alice, Paineiras (pausa para duchão), Alto da Boa Vista (pausa para pão de queijo), Floresta da Tijuca, Bom Retiro, Alto da Boa Vista de novo, Mesa do Imperador, Vista Chinesa, Horto, Jardim Botânico, Lagoa, Leblon, Ipanema e de volta a Copa.

Na Rua Alice, um ciclista solitário se esfalfava pedalando em giro alto. Passei por ele batida e mal deu tempo para um ‘bom dia’ apressado. Fiquei toda orgulhosa: em 14 minutos já estava nos trilhos, nunca subi tão rápido e tão bem. Só fui usar a coroinha já perto do Bom Retiro. Sinal de que os treininhos de subidas estão fazendo a diferença.



Paineiras acabou rápido demais! Logo depois do duchão, quase atropelo uma GALINHA. Fiquei tão estupefata que nem saquei a câmera para provar que na Floresta da Tijuca também tem galinhas...

Escaldada pelo susto com a penosa, consegui tirar uma foto a tempo do elefante que cruzou meu caminho dentro da Floresta da Tijuca, já perto do Bom Retiro.



Aliás, levei a câmera nesse pedal solo, coisa que nunca faço, e fiz um compulsivo registro fotográfico de todo o trajeto. E narcisístico também, muitas fotos minhas.



Levei a câmera achando que ia tirar fotos de Daiana mas chegando lá me lembrei que hoje seria a folga dela. Tava só Ana Paula com os pães de queijo quentinhos, e um mendigo-meio-biruta-meio-surdo-mudo dizendo (ou gesticulando) que eu tava ficando forte de tanto pedalar. Doutor não concorda com ele, doutor disse: “Você não é tão forte assim não, você é fraca, ‘pega leve’...”



Na Floresta, tentei chegar ao Mirante do Excelsior. Depois de uns 2 km de estradinha que já estava mais para trilha, bolei. Resolvi voltar. Fui conversar com o guardinha, ele me disse que são 4 km a partir da estrada principal. E desaconselhou terminantemente ciclistas intrépidas e solitárias de cumprir este percurso. “Ali dá acesso ao Morro do Borel”, disse ele. “Por isso resolvemos bloquear o acesso a veículos, é perigoso”.

Muito bem sacado. Em áreas de risco e sujeitas à violência urbana, o poder público, ao invés de reforçar o policiamento, veta o direito de ir e vir do cidadão, para ‘protegê-lo’. Genial. Mais simples e muito mais barato, não é mesmo?





Saída pelo Açude da Solidão, e na estrada um esquilo cruza o caminho. De novo não saquei a câmera a tempo, mal vi seu rabo listradinho preto e branco. Um pouco antes de chegar a Mesa do Imperador, um motorista perdido encosta e quer saber como chegar ao Horto. Mas ele não sabe que eu estou numa subida íngreme, sem fôlego e sua proximidade quase me desequilibra. Ai, só quem é ciclista que sabe.



Descendo a Vista, Mestre Gafanhoto liga e quer saber o que doutor falou dos briochinhos, digo, dos meus joelhos. Contei a ele a história das patas dos bípedes, e como fiquei aliviada por não ser nada mais sério, apesar do desconforto das patelas frouxas.

Na ciclovia em Ipa, um presente: Kenda traseiro arriado. Ir para casa ou não, eis a questão. Parei no Jardim de Alah para dar uma bombada no pneu com minha ‘bombete’. Resolvi ir para a Kraft do Leblon, perto, e terceirizar a operação arranca-Kenda. Não adiantaria chegar em casa, eu não conseguiria trocar o maldito pneu sozinha.

Também cheguei na loja já sem freio traseiro. Foi pro espaço, em dez dias apenas. Falei com Alex que desse jeito, vou ter que trocar freio toda semana! “Também, né Thais, com o tanto que você roda por aí”. Não pude discordar.

Voltei pra casa com meus biscoitos na mão, que estavam na loja há muitos dias. Com aquele modelito ciclista-suja-e-suada que conheço tão bem, e desperta um misto de curiosidade e nojinho nas pessoas ‘normais’. Suja e suada mas tão leeeeeeeeeve...

4 comentários:

  1. É pra comentar?! Então lá vai: INVEJAAAA

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Haja joelho hein! rs... seu médico tem razão, é bom não abusar muito, na época que fazia 3 aulas de spinning por dia, meu joelhinho acabou "apresentando defeito" rs como não cabia reparo ou substituição da peça defeituosa fui obrigado a ficar 1 longo e duradouro mês sem pedalar... resumindo: se começar a dar uma dor um pouco mais forte diminua a intensidade e duração dos treinos!
    e quanto aos freios vá se acostumando, quase que toda semana tenho que comprar novas pastilhas.

    adoro acompanhar seu brogue! bjusss

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  4. legal. quer casar comigo? ):):):). melhor nao né pode atrapalhar o pedal.

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