sexta-feira, maio 8

BROGUE ESTÁ DE MUDANÇA

É, meus queridos leitores, graças a vocês o brogue cresceu, ficou fortinho e agora está de cara nova!

Ganhou um endereço só para ele, o http://www.mulherdeciclos.com/. Tudo o que está aqui foi para lá, não se preocupem, vocês poderão continuar lendo e comentando minhas baboseiras. Este endereço vai continuar aqui, com o aviso, mas não será mais atualizado.

Não demorem, vão lá dar uma espiadinha. E me digam o que acharam...

Até mais tarde,

Mulher de Ciclos.

domingo, maio 3

CENTRO HISTÓRICO



Tinha me prometido não pedalar por quinze dias. Mas como devo, não pago e nego enquanto puder, a promessa não durou uma semana.



Convenceram-me a dar um rolé hoje cedo pelo centro histórico: Mosteiro de São Bento, Pedra do Sal, Praça Mauá, Glória. Molezinha, nem ia suar. Então sucumbi aos apelos de Leona - que pegou poeira parada em casa a semana inteira - e saímos em direção ao Aterro.



Chegando à Praia de Botafogo, mais uma dessas corridas de rua, com milhares de pessoas. Peguei a ciclovia, e para minha surpresa vejo que vários participantes, não satisfeitos em ter toda a pista do carros (que foi reservada especialmente) para eles correrem, resolvem ir ocupar também a ciclovia... Um abuso.





No Monumento Estácio de Sá, encontrei mais gente, mas a maior parte do povo rumou direto para o Aeroporto Santos Dumont e fomos para lá. No centro, deu para ver as ruelas históricas de outra forma, sem aquele monte de gente apressada que transita durante a semana.



Subimos a Pedra do Sal, onde fizemos o batismo dos novos integrantes. No boteco, pausa para algumas Malzbiers estupidamente geladas como só boteco bom de verdade sabe ter.



E seguimos descendo, poucos pedalando, alguns empurrando e outros até descalços, por causa das sapatilhas que escorregavam no calçamento irregular, todo de pedras antigas.



Mais esburacado do que aquelas ruas estava meu coração, despedaçado mesmo, igualzinho ao chão da Pedra do Sal. Margareth – a linda MTB que era de John Paul Jones – estava nas mãos de um novo dono.



Vi-a nascer, crescer, ficar forte e vencer muitos quilômetros. Ora de pneu biscoitão, ora de pneu slick tão liso que me dava calafrios quando descíamos a Vista Chinesa. E sempre que via aquele quadro prata e azul, aquele tom de azul sem igual que eu gosto tanto, já sabia que meu amigo estava por perto.



O nome da Margot, minha MTB, é por causa da Margareth. Ela tão bem cuidadinha, resguardada com tanto carinho por John Paul Jones, eu disse a ele que Margareth parecia mais uma moça de família, uma noiva do Grajaú, como Nelson Rodrigues gostava de escrever. “Ah, as noivinhas do Grajaú, nada como uma noivinha do Grajaú”.

Minha MTB, sambada já com pouco tempo de uso e cheia de cicatrizes, estava mais para puta velha do que para virgem de subúrbio. Então me veio a imagem de uma daquelas cortesãs francesas do século XIX, com maquiagem pesada e pinta acima do lábio. E não tive dúvidas: Margot.



Perda inadmissível para o nosso grupo, o gêmeo feio não quer mais pedalar. Ele ainda não se deu conta que isso independe da vontade dele, que não há outra opção: alma de ciclista é meio rebelde, meio selvagem. Só atende aos seus próprios caprichos e não aceita limites – nem os do corpo, muito menos os da razão.



Até diria que ele ainda tem a vida inteira para se arrepender. Mas na verdade resta pouco tempo, por que o tempo é a medida da saudade. E assim, pensativa, segui por aí quando o passeio acabou e o grupo se dispersou.



Pernas preguiçosas e fiquei só deslizando, planando nesse belo dia ensolarado, admirando o mar azul sem fim. Observando as crianças pequenas que pedalavam e me perguntando que geração de ciclistas será essa que está por vir...

QUEM É A MULHER DE CICLOS?

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