sábado, fevereiro 7

MARICÁ ESCALDANTE: teste de resistência física



A previsão do tempo informava temperaturas de até 34ºC, mas garanto que a sensação térmica, no asfalto fervendo e embaixo daquele sol implacável, era maior, muito maior.



Cheguei nas barcas às 7h45, onde o grupo já me esperava. Eu já estava com 35 quilômetros rodados, havia saído às 5h para uma cicloviagem que não rolou. O plano B foi voltar e encontrar o grupo que faria Maricá via asfalto.

O percurso era entremeados de subidas e descidas, o que muitas vezes nos permitia manter uma velocidade de 30 km/h sem esforço...



Mas o sol, ah, o sol. Havia um pra cada ciclista, disso tenho certeza. Um sol só não daria conta daquela quentura toda não.

Um pouco antes de chegar a Maricá, meu pneu furou... acende o farol, acende o farol. Por sorte Gaúcho estava perto e me ajudou a trocar, afinal, são aqueles malditos Kendas. Mas com as espátulas de metal, tudo ficou bem mais fácil. Rimos muito quando fiquei com cara de borracheira, com as bochechas todas pretas. Mas quem não viu, perdeu.

Mais 1 km a frente, pneu furou. De novo, o mesmo. A operação arranca-Kenda foi mais fácil mas ficamos vasculhando todo o penu (de noooovo) até achar um big espinho de Paineiras lá escondidinho.

Lá se foram as duas câmaras que eu havia comprado pra viajar. Ainda bem. E logo depois da entrada de Maricá o grupo nos esperava.

Foi bate e volta. Cinco minutos de descanso e eu já queria voltar. Estava inquieta, queria só pedalar, não queria ver nada, comer nem bater papo.



Esse foi meu erro. Por que logo depois que partimos, começou o 'prego de fome'. Fui me sentindo fraca, cada vez mais fraca, e ficando para trás. Gaúcho, fiel companheiro de pedal, foi me acompanhando, e quando sugeriu pararmos em um posto para calibrar o meu pneu, que tínhamos enchido com minha bombete, logo fui procurar uma sombra.

Como tava sentindo que o 'teto preto' tava chegando, corri para pegar a garrafa de água, duas geléias cheias de açúcar que eu levei para emergências como essas, me esparramei no chão e comecei a comer.

E parei para fazer as contas. Tomei café às 4h30. Comecei a pedalar às 5h. Já eram 14h e eu não tinha comido mais nada. Em parte por que eu já estava mesmo sem apetite a semana toda, reflexo de eu ter saído da dieta e comido coisinhas 'proibidas'.

Em parte por eu também estar nervosa e e imensamente triste com coisas que aconteceram comigo antes de pedal, e quando fico assim, não consigo pôr nada pra dentro do estômago.

Deu um tempo e voltamos a pedalar. Senti que já circulava sangue pelo meu corpo de novo, mas não tinha sido o suficiente. Logo à frente, uma parte do grupo estava parado em um posto. E paramos também.

Agora éramos seis e alguém (já me falha a memória, nem consigo me lembrar quem, estava meio abobada mesmo) deu a brilhante idéia de tomarmos banho de mangueira. Só tirei o capacete e como estava me encharquei inteira. Nessa hora é que comecei a melhorar.



Mais à frente o restante do grupo nos esperava em uma sinuca! Sim, uma sinuca. E seguimos viagem. Muitos pneus furados, muito calor, muita fome, muito tudo. Mas muito pedal também. Já que a viagem melou, deu pra matar um pouquinho a fissura de estrada.

Na volta para casa, parada estratégica no Cervantes para comer. Nem comi tanto, estava com fome, mas continuava sem apetite. Depois, banho e cama, que amanhã é domingo, e tem mais pedal.



Saldo final: 133 km de pedal sob um sol de Mercúrio, a vaquinha Mimosa (a mais nova aquisição para aumentar a família) e a certeza de que na hora do pedal, tudo o mais tem que ficar pra trás. Para trás mesmo.

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