domingo, abril 12

DOMINGO DE PÁSCOA: Desmistificando a temida Av. Brasil


* do blog da ONG Transporte Ativo (http://blog.transporteativo.org.br/)

Na última comemoração familiar fui para casa dos meus pais comportada, de transporte público, igual uma pessoa ‘normal’. Não quis chocar demais minha família. Não naquele dia, não no Natal.



Hoje acordei tarde, precisava descansar depois da seqüência de dias pedalando. Mas o bichinho da speed me mordeu definitivamente e fiquei fazendo as contas: indo a uma média de 30km/h, chegaria lá em pouco mais de uma hora. E hoje é domingo, feriado, então o trânsito deveria estar menos intenso.



Apenas cerca de 40km me separam da casa dos meus pais. Errei no cálculo do trânsito, mas acertei no do tempo. Saí ao meio-dia de Copacabana em direção à Vila da Penha, bairro próximo à saída de Irajá e BR-116 (Dutra) da temida Av. Brasil, o pesadelo de qualquer ciclista. Trânsito pesado, muitas saídas e agulhas, pista esburacada, asfalto irregular e bairros pobres beirando toda a via.

Achei que já era hora de realizar tal aventura. Conheço bem a avenida, ia sempre para o Centro de carro com meu pai, quando ainda morava lá. Ciclisticamente, só a cruzei umas duas vezes, em grupos grandes, nunca só.



Muitos fatores falavam a favor: era feriado, o sol não estava quente demais, eu iria de speed, muito mais rápido do que com Margot, minha MTB. Nunca quis arriscar antes com Margot por que costumo usar pneus Kendas, que se furassem no meio do caminho me deixariam na mão.

Mas não tentem isso em casa sozinhos, crianças. Ou melhor, não tentem isso se não se sentirem seguros. O caminho é perigoso, mais pelos buracos inadvertidos do que pelas favelas. Difícil ser parado de bike no meio do trânsito, a 35km/h, para ser assaltado. Uma cratera que surge do nada na sua frente é muito mais perigosa.



Na via, consegui manter uma velocidade média de 35km/h, a buraqueira e o cansaço dos dias anteriores não permitiam desenvolver mais. E como na pista lateral o trânsito flui devagar mesmo, por conta dos ônibus, vans e buracos, eu não deixava muito a dever aos carros.

O que me deixou cabreira foram minhas mãos. Na maior parte do percurso senti muitas câimbras, por causa da tensão e da trepidação no asfalto ruim. Fiquei com medo delas falharem na hora de frear.

Cheguei aceleradíssima, por causa do esforço e da adrenalina. Por mais incrível que possa parecer, foi o pedal mais eletrizante da minha vida. Em 1h20 já estava na casa de mammy, comendo bacalhau.


* do blog da ONG Transporte Ativo (http://blog.transporteativo.org.br/)

A volta foi de metrô, que permite embarcar magrelas aos domingos e feriados. Demorei mais de transporte público do que pedalando: 1h40 até minha casa. Mas pedalar também tem seu lado ruim: como voltar para casa de bicicleta com o monte de Toblerones que ganhei de Páscoa?

2 comentários:

  1. Poxa, nunca encarei a Brasil... a Dutra já, indo pra Tinguá.

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  2. Olha, até já encarei a Brasil duas vezes, mas atualmente quando preciso ir para a zona norte vou por dentro. Pego São Cristovão, Benfica e a rua Leopoldo bulhões, já saio na praça das nações em Bonsucesso.
    Até cruzo uma comunidade, mas é mais seguro que encarar os ônibus e caminhões na Brasil.
    :)

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