domingo, dezembro 21

BARRA DE GUARATIBA: Com frutos do mar na Tia Penha



Mais um dia começa com pneu arriado. Tô ficando com ódio desses slicks. Devem ser ainda ‘corpos estranhos’ encravados no pneu desde a Volta das Serras. Afinal, o mesmo pneu furou ontem e hoje. Já to sem câmara reserva. Vou deixar pra John Paul Jones me ajudar na cirurgia.

Estou ficando craque em encher pneu, mesmo com a ‘bombete’. Saí de casa fantasiada, eram umas 6h30, e pra variar os bebuns dos inferninhos olhando pra minha cara. E gritam: pedala!

Tá, pedalo. Hoje já estava claro e fui pela ciclovia mesmo, na Lagoa, encontrar o povo na Século XX. Este é o primeiro passeio que posto, tirando os pedais da madruga, que não contam, por que são... experimentais, chamemos assim .

Chegando lá, começa a operação arranca-Kenda. Minhas espátulas já foram pro beleléu. Mas eu disse: John Paul Jones já está craque. Rapidinho ele troca o primeiro. Fiquei tentando descobrir o furo da câmara.

Pneu dianteiro trocado, fui dar mais um gás no de trás. O ‘bingulim tava degolado’, ou sei lá como chama, e tivemos que trocar o traseiro também. Mas antes, remendar a câmara, pois já não havia mais reserva. Descobrimos também dois arames espetados no pneu dianteiro e arrancamos com a ‘rambete’.

Pausa para bainho de pia, lavar mãos e pernas. Depois, começamos a subir a Vista. O trajeto era Vista, Alto, Furnas, Barra e Guaratiba. Tínhamos um companheiro novo, um atrasildo e casal que não iria fazer todo o percurso.

A bronquite deu um pouquinho de trégua e subi melhor hoje. Engraçado, a cada subida o Alívio chega mais rápido. Acabei irritando (?) alguém por que duvidei que já fosse o Alívio. Mas tudo bem, passa.

Alto. Diana me mostrou, toda sorrisos: vai casar. Aliança dourada na mão direita. Quando? “Ah, não sei”, me respondeu. Mas que vai, vai né Diana? “Ah, vou sim!” Então tá falado. O frentista me contou também que a clientela tava decepcionada. “Os fãs não se conformam”, disse ele. Para rubor das maçãzinhas de Diana.

Lá, se juntam a nós mais dois companheiros. O grupo vai aumentando e animando. O tempo abre, nos saudando. Sol. Quem diria! Diana guardou os dois últimos pães de queijo para mim. Todo mundo queria, mas eram MEUS. Comi vorazmente. Sabe aquelas pessoas a quem não precisamos dizer nada, nem muito? Pois é. Mal me conhece, mas teve a sensibilidade que muitos ainda não tiveram comigo, nem na marra.

Relutei em dar ‘Feliz Natal’. Não gosto de Natal. Mas depois vi que seria difícil fazer Pedal da Madruga ainda antes do bendito dia. Dei uma abraço suado nela. Partimos.

Descemos por Furnas, com direito a esporro em JPJ (mania gêmea de descer com fone de ouvido), fila indiana e muito cuidado com os desníveis. Orla da Barra, se juntam a nós mais dois companheiros. Fernanda, surpresa gratíssima, em frente ao Windsor.

Pedal redondinho: poucas e eficientes paradas, para pipi stop e água. Seguimos para Grumari, e não vimos muito as subidas (subidas, que subidas?). Não tem jeito, esse visual sempre me inspira, é um dos meus preferidos.

Depois, Guaratiba. Ou melhor, Barra de Guaratiba. Não conhecia a praia, nem a Reserva da Marambaia (nem olhando de longe, é claro) e meus amigos me presentearam com esse novo visu no domingo. Fizeram questão de irmos até lá para que eu conhecesse o lugar. Emocionaram-me. E fizeram nascer um amarelo aqui dentro do meu vermelho.

Voltamos. Almoço na Tia Penha. Nossa garçonete preferida, Taisse, claro, nos atendeu. E nos mimou do jeitinho que ela sabe fazer. Até caixa de bombom ganhamos desta vez. Ela prometeu que em 2009 volta a pedalar. Vontade de comprar uma bike pra ela, sabe? Deixei meu cel com ela desta vez. Espero que ela se anime logo.

A volta teve surpresas, também deliciosas, mas não comestíveis. Sebastian nos convenceu a irmos pela Estrada da Grota Funda, que sobe. Grata surpresa, tirando a pirambeira, claro. Dá pra esquecer que estamos no Rio. Estradinha de terra, ladeada por casinhas e sítios, vegetação, ar de interior. Em alguns momentos dava até para esquecer também que subíamos uma quase-Tiririca.

Voltamos para a Avenida das Américas para descer, já que a Estrada da Grota Funda que desce não é estrada, nem rua, nem caminho, nem nada. Só mato com 2m de altura. Depois,Estrada do Pontal. Outra surpresa deliciosa. Mais uma estradinha com ar de cidade do interior, com sítios e casas. Um espetáculo. Vai ser meu caminho preferido de regresso agora. Quanto à quase-Tiririca, não sei, é um caso a se pensar. Vai depender do quanto de moqueca eu tiver comido no dia.

Macumba, Recreio. Parada para pipi stop e água, na padaria Local, a mesma da ida. Parada estratégica. Vou adotá-la como padrão daqui pra frente, o timing certo pra esvaziar a bexiga e abastecer água antes de encarar o vento contra e a trepidação da Reserva.

No início da Barra, já perto do nosso fim de linha (ou de ciclovia), paramos para nos despedir de Fernanda. Mais uma que me emocionou (assim vou acabar com minha fama de pessoa nada-fofa), e disse que o pedal conosco foi o presente de Natal dela este ano. Brotou mais amarelo lá dentro do meu vermelho...

Seguimos. Paradinha no Joá, para Toblerone e Skibon. São Conrado, Niemeyer redondinho, em fila, sem ultrapassagens, grupo coeso, como tem que ser. O trânsito tava engarrafado e um ônibus tentou nos fechar, escapamos bem, mas claro, desfiei todos os impropérios que conhecia para o motorista e a mãe dele. Se fosse Natal, talvez nem xingasse a véia. Mas como ainda não é...

Saldo final: pedal azeitadinho, sem nenhum incidente (nem pneu furado, tirando os meus dois antes de começar, ainda no ponto de partida) nem acidente, almoço nota dez, novas paisagens e caminhos, galera animada e companheira, e um novo integrante que disse a que veio. Gostei de ver. Chegamos de alma lavada. Só faltou um banho de mar.

Mas como eu já disse, ciclista não ‘vai à praia’. Ciclista ‘passa pela praia’.

2 comentários:

  1. Teste a câmara. Verifique se não está furada. Se não estiver, pode ser problema no birro que está permitindo que o ar saia.
    Resolver problemas é comigo mesmo! Não se esqueça que "me explorou" ao consertar sua tranca. rsrsrsrs

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  2. Gosto de gente que sabe escrever, rs. Lindo post. Beijo.

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