terça-feira, fevereiro 3

GLOSSÁRIO DA 'MULHER DE CICLOS'

Você está acompanhando - acompanhando não, que ele não é novela - está acessando meu brogue, mas volta e meia se depara com expressões absurdas e personagens quase folclóricos, e não entende bulhufas do que está escrito?

Calma, não desista. Resolvi facilitar sua vida, querido leitor, e criar um glossário de expressões da mulher de ciclos. Mas para não tornar tudo fácil demais, é óbvio que ele não está em ordem alfabética... nem em ordem nenhuma.

Alfredinho: meu patinho de borracha amarelinho, que levo pra passear nas cicloviagens e que encaixa no guidão da Margot. Tem medo de correnteza e por isso não foi a Sana (lá até fazem rafting, imagina se ele iria!), prefere águas mais paradas como as da minha banheira.



Margot: minha primeira bike ‘de verdade’. Uma elite 2.4 quadro 16, cinza e preta. Facilmente reconhecível pelo adesivo da Betty e por ser a magrela com o maior número de bolsinhas que eu conheço. Na maior parte do tempo, está com slicks, mas às vezes se rende ao biscoitão.



Betty: Betty-Boop, ícone orkut-ciclístico da mulher de ciclos, ilustração gentilmente cedida por O Letrado.



O Letrado: amigo de pedal e da vida, carinhosamente assim chamado pela forma rebuscada que escreve, e por sempre ter resposta para tudo. Quando não tem, trata logo de arrumar. E ai de mim quando teimo com ele. É o responsável pela alcunha de Mestre Gafanhoto.



Mestre Gafanhoto: mais um querido amigo, de pedal e da vida, carinhosamente apelidado de ‘mestre’ por ser uma referência em assuntos cicloturísticos, em assuntos do coração, em assuntos enogastronômicos, em assuntos da vida... de ‘gafanhoto’ porque ai, já nem sei mais. Está sempre preocupado com Briochinhos.



Briochinhos: meus joelhos fofinhos, que sofrem com as Patas de Ganso, e que a fisioterapeuta olhou e disse: “estão inchados”, e eu repliquei: “estão não, eles é que são gordinhos mesmo”.



Patas de Ganso: tendinite bilateral dos dois joelhos, mais conhecida por tendinite do tipo ‘pata de ganso’, como explicou doutor. Norberto ficou cheio de ciúmes por minha tendinite ser chamada de Patas de Ganso e não ‘patas de pato’.



Norberto: patinho-irmão do Alfredinho, ganhei de presente na viagem a Sana (já que Alfredinho não foi, alguém tinha que fazer companhia a Lennon). Mas Norberto, além de ser mais novinho, é bem mais frágil, não é de borracha.

Lennon: primo do Alfredinho, sapo verde que viaja sempre no guidão da Contessa.

Contessa: bike da Rosquinha de Padaria.

Rosquinha de Padaria: ciclo-amiga-meio-baiana-meio-mineira que costuma me monitorar quando sou abduzida por aí. Fica doida nas viagens esperando a hora da Conchinha.



Conchinha: formação noturna meio promíscua que ciclistas adotam antes de dormir, principalmente após pedais longos das cicloviagens. Mas claro, apenas em locais com certa privacidade: hotéis com mega-suítes e camas espaçosas para caber muitos de uma vez, e jaccuzzis borbulhantes. A Conchinha é a prima mais assanhada do Minhocão.



Minhocão: outro tipo de formação, aquela em que os ciclistas (mais comumente os speedeiros) ficam um coladinho no outro, um atrás do outro, encaixadinhos, para pegar o vácuo. Se um frear, todos caem. Bip-bip adora fazer um minhocão.



Bip-bip: ciclo-amigo que quando conheci andava com um aparato eletrônico qualquer para monitorar sua situação cardíaca. Doutor liberou-o para voltar aos poucos a pedalar. É o meu gerador de boas idéias: Pedal da Madruga e o brogue brotaram a partir de sugestões dele.



Pedal da Madruga: entidade quase sobrenatural que faz ciclistas acordarem no meio da madrugada e penetrarem a escuridão da Floresta às 5h da manhã, iluminando o caminho apenas com a luz dos faróis das bikes, para ver o sol nascer lá do alto da Vista Chinesa ou das Paineiras. Com direito a parada, é claro, para café no Postinho, mas sem pão de queijo (que a essa hora nem foi pro forno).



Postinho: posto de gasolina do Alto da Boa Vista, parada quase obrigatória nos pedais pela Floresta da Tijuca para reabastecer e para pipi-stop. Na lanchonete, Daiana sempre guarda pães de queijo para mim, para ciúme, fúria e protestos de outros ciclistas famintos.



Daiana: a atendente de lanchonete de posto de gasolina mais fofa que existe. Adoro implicar dizendo que ela acha um dos SGAs mais bonito do que o outro, para rubor de suas maçãzinhas do rosto.



SGAs: são os Super-Gêmeos-Ativar, Mr. John Paul Jones e o Imperador. Um é o gêmeo feio e outro o gêmeo bonito, Martinica que me falou, só não vou dizer qual é qual.





Martinica: Primata assanhada que O Letrado arrumou por aí. Tem dia que ela está com a macaca, só vendo pra crer. Não pode ver um mico passar que fica toda fogosa. Ainda tem que ser apresentada ao restante dos Intrépidos.



Intrépidos: Misto de ciclistas aventureiros e boêmios, comedores de polvo à provençal, tomadores de vinho e ouvidores de jazz. Reúnem-se periodicamente para... para o quê mesmo? Vou perguntar à Hipotemusa.

Hipotemusa: ninfa ciclística adoradora dos números. Anda meio em crise com sua Caloi 100, depois que se afeiçoou a sua Montese, uma Elite 2.4 igualzinha a Margot. Para não passar por uma crise destas, eu providenciei outra para preencher meu coraçãozinho, que agora já nem bate mais, só capota por Briggitte.



Briggitte: a família cresceu com a chegada dela, uma Blitz City, cor azul petróleo, aro 20 dobrável, com bagageiro no qual cabe certinho meu alforge Deuter e o adesivão da Betty estradeira. Linda de morrer, ideal para meus pequenos deslocamentos urbanos do dia-a-dia. Margot anda com ciúmes. E não é para menos. Já até levei Briggitte ao teatro.

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