sábado, janeiro 10

BARRA DO SANA: 1ª cicloviagem do ano (PARTE II)



Martinica tava com a macaca. Gritou, esperneou, mordeu, teve crise de ciúmes. Devia ser o calor, tadinha. Já falei pro Edison levá-la na pet shop pra uma tosa, pelo menos no verão. Ou então era efeito do mico que estava do lado de fora. Será que ela também teve problemas com o ciclo? Os demais clientes da lanchonete ficaram assustados, conosco e com ela.


A próxima parada seria em um lugar que só tem açaí com banana. Açaí sem banana é muito complexo, eles não faziam. E tinha a opção de colocar “aquela coisa branquinha por cima”, como disse a atendente. Aveia, cheia de glúten.

Logo que cheguei tomei aquele banho de pia. Imundei o banheiro inteiro, um lamaçal só. Coitada das mulheres normais que tentavam usar depois. Uma delas tentava molhar o rosto e se refrescar sem estragar a “chapinha”, enquanto eu, meio selvagem, meio “Martinica”, enfiava a cabeça dentro da pia e me sacudia.

Nesse restaurante de beira de estrada os homens tinham chuveiro e mulheres não. Os meninos tomaram ducha e nós um banho tcheco mesmo. Meu rosto continuava esfogueado, pegando fogo, vermelho, do calor e do esforço. Para trás, mais dois companheiros. Pneu furado. Cruel, muito cruel, naquele calor. Tomei o 78º Guaraviton. E ainda reclamam de pedalar com chuva, vê se pode.



Ao partir, pneu furado. Rê atropelou o Homem-dos-Pentelhos-de-Aço em algum lugar da estrada e seu pneu estava cravejado de arames. Fizemos uma cirurgia com unhas, pinça e canivete. O borracheiro ao lado consertou a câmara furada. Que bom, por que logo à frente seu pneu furou de novo.

Mas antes disso, uma morena frágil, desamparada e indefesa na beira da estrada e de pneu furado (do carro, não da bike) precisava da ajuda dos nossos super-ciclistas. Eles foram voando, digo, correndo, socorrê-la. Logo dois homens num carro pararam para oferecer ajuda também, mas foram rapidamente despachados por nossos intrépidos amigos, que são muito ciumentos. Não deixariam qualquer um pôr a mão nos pneus da morena assim não.



Era fim da tarde e já desconfiávamos que uma serra nos esperava, segundo informações da fauna local. Mas fomos curtindo a estrada até Casimiro de Abreu, com plantações, boizinhos e casinhas quase-fofas. Em Casimiro, pausa em mais uma lanchonete.



Lá Alfredinho ganhou um irmão, Norberto. E Emílio ganhou alguns quilos extras, presente da Santa Helena. A idéia era vertermos mais tarde o líquido precioso, ao som de corujas e vendo bailar os duendes, pirilampos, sacis e as fadas. Mauricio encarregou-se da provoleta. E a placa no início da RJ-142 marcava Sana 15 km.

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