sábado, janeiro 10

BARRA DO SANA: 1ª cicloviagem do ano (PARTE I)


Outro dia começa amargo: ainda não comprei mais adoçante. Tive até que dar uns pulinhos para espantar o amargor da bebida. Um pouco de cafeína para encarar o dia que começou às 4h: a 1ª cicloviagem do ano, a 1ª que lidero.

Não resisto a usar um lugar-comum tão batido: a primeira a gente nunca esquece. Tinha tudo para ser inesquecível. E de fato foi.

É. Meu bagageiro não era Deuter. Mas isso não quer dizer nada: meu alforje é e já quebrou uma das suas presilhas. Enfim, só percebi que meu bagageiro-não-Deuter-com-meu-alforje-Deuter estava irremediavelmente quebrado antes de dormir, quando fui arrumar as coisas para a viagem.

Sorte minha que essa semana comprei uma pochete um pouco mais “avantajada”, que visto pelas pernas mas que ficou entalada no Maurício. Eu teria que ser extremamente compacta: óculos, lente de contato, escova de dente, bisnaguinha de filtro solar, vidrinho com soro pra lente, blusa com manga, blusa sem manga, bermuda, top, underwear, dinheiro, celular e chave de casa. Escolhi a dedo as peças que faziam menos volume, enrolei-as e pus dentro de um saco, pra proteger de eventual chuva, e atochei na pochete.

Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido: nunca fiz percurso longo tão leve! Uns 2 kg a menos do bagageiro, uns 5kg a menos do alforje e voilá. Fui pro Sana livre, leve e solta.



Optei pelo slick. Estimava apenas uns 10km finais em terra, na verdade 7km. O resto seria em asfalto, e valeu a pena. A estradinha de terra tinha cascalho solto e a bike ia sambar um bocado. O que é bom pra ganhar mais domínio da magrela.



Na Praça XV, conhecemos a 15ª integrante do grupo: Martinica. Lennon estava lá, como de costume, mas Alfredinho não foi. Comentei com ele que nas corredeiras do Sana costumam fazer rafting. Ele ficou assustado, tem medo de correnteza, prefere águas mais paradas, como a da banheira.

Além da fauna ciclística, tínhamos 3 novos integrantes: Wagner, recém-ingresso na comu, um amigo de Krav-magá da Rê, o Cauã, que levou mais um amigo, Roney.

A ansiedade era grande: alguns até confessaram que mal dormiram, inclusive eu. Na travessia da poça, aproveitamos para azeitar correntes e relações, ciclísticas e não ciclísticas também. Algumas "correntes" precisavam de um pouquinho de diesel, detergente e silicone...



Do terminal das barcas de Nikiti City até a BR-101 eu não lembrava o trajeto. Mas entre nós com certeza alguém saberia. Pegamos a BR. O fluxo estava considerável mas o acostamento é largo, e do trevo de Itaboraí em diante a coisa melhora muito! Sou suspeita, adoro estradas e asfalto.



Mais a frente, problemas com o ciclo. O meu, não o da bike. Resolveu dar sinal de vida no momento mais impróprio possível: no esforço de um aclive. Agruras de uma ciclista, fazer o quê? Explicava a dor de cabeça que me atormentava desde que acordei e que nenhuma Neosaldina deu jeito.

Logo em seguida, demos por falta de dois companheiros, justamente os que em subida gostam de pedalar forte, à frente. Falcão e Reginaldo Rossi, digo, Falcão e Águia se falavam todo o tempo pelo rádio e, mesmo sendo aves de rapina (ou talvez por isso mesmo) não perdiam de vista os beija-flores e bem-te-vis do grupo. E aí Águia destacou-se do grupo, em sentido oposto, para resgatar os sumidos.

Acontece que nosso "abajurzinho" sentiu o peso do calor e teve um pequeno mal-estar. Acho mais é que era saudade dos demais, por estar mais longe. Mas rapidinho chegou nosso chuchu, vindo fazer glu-glu.



Paramos em um posto para nos “refazermos” e hidratarmos. Tomei o 37º Guaraviton da manhã. Em Itaboraí, parada com dúvidas sobre o caminho. Seguimos pela BR-101, como quem vai para a Região dos Lagos. O sol a essa altura já estava nos castigando. A ele se juntou o vento, que nos refrescava mas também minava nosso esforço.

“Menti”, ou melhor, me enganei mesmo. Postei que o trajeto era todo plano. Tolinha, eu. Só fiz o trajeto uma vez, de carro, e sem olhar cicloturístico ainda. Todo lugar de cachoeira é no alto, certo? A estrada era entremeada por subidas e descidas, que se alternavam. E mais à frente, muito mais à frente, descobriríamos que havia uma serrinha. Mas isso é papo para daqui a alguns quilômetros.

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