quinta-feira, janeiro 8

PEDAL DA MADRUGA (1.047ª edição): Vista Chinesa, Paineiras, Orla da Zona Sul



O dia começou às 3h com gemidos e gritos de "Oh, my God", "Não pára" e "Meu gostoso". Mas não eram meus (afinal, hoje é dia de Pedal da Madruga) e sim de um casal animadinho no meu prédio, versão menos famosa do Edifício Master.

O café desceu amargo, literalmente: o adoçante acabou. Em compensação, pela 1ª vez, minha geladeira nova está cheia.

Capacete novo. O último foi perdido sei lá como e sei lá onde, nas minhas últimas incursões extraterrenas, durante o Réveillon.

Ontem antes de dormir mammy me ligou. Disse que não dorme mais por minha causa. Que viu no meu Orkut que eu pedalo de madrugada. Falei que de madruga é mais seguro, menos trânsito.

Ela me disse que se preocupa com as minhas "loucuras", que só pedalo com um monte de homens. Menti pra ela dizendo que eram todos "pessoas normais", assim como eu (sic!). Acho que não colou.

Na Lagoa, percebi que o ciclo endoidou... Não o meu, o da bike. Tava marcando 12 km/h, mas era pra marcar 25 km/h. Aproveitei pra parar no posto BR para calibrar pneus e fazer hora: eu estava adiantada. Assim não ficaria esperando sozinha na Século XX às 4h50 da manhã. Bom não dar bobeira.

A primeira a chegar, para surpresa de todos e alegria geral da nação, foi Flavia. Logo depois, Mestre Gafanhoto, que nunca confirma mas sempre aparece nos Pedais da Madruga. Depois, os outros foram chegando. O maior quórum até hoje (ao todo 11 intrépidos), viva! E uma significativa representação do time cor-de-rosa (ou seria amarelo?): quatro “meninas”.

Partimos rumo à Vista. Adentramos a escuridão da Floresta e logo no início percebi que eu teria problemas. A bike tava "pesada", a respiração mais ofegante que o normal e pernas que não obedeciam muito aos comandos de pedalar.

No meio da subida, pane completa. Minha, não da bike. Duas noites mal dormidas, dois dias sem comer quase nada (quem me conhece sabe que não como de forma, digamos, "modesta") e 10 dias sem pedalar dão nisso. Percebi que havia esquecido também o remédio da asma.

Parei mais três vezes e resolvi descer (da bike, não da Vista). Pensei em voltar (aí sim descer da Vista, ou de antes da Vista). O ar sereno de Ashbel contagia qualquer um. Subimos empurrando até quase perto do Alívio, que nunca demorou tanto a chegar.

Bem, fica aí a lição pra não descuidar de coisas básicas, como alimentação, sono e não deixar a preguiça dos dias de festa falar mais alto do que os “treinos”.

Lá em cima, éramos esperados. Agradeci aos amigos com morangos. Não eram de Friburgo, eram só "morangos". E sem chantilly.

O dia nos brindou com um nascer do sol radiante. Seguimos em direção ao Postinho. Alto. Diana perguntou por mim. Me viu e fez questão de me dar um abraço apertado, mesmo encharcada de suor como eu estava. Perguntou por que eu não liguei antes pra ela assar meus pães de queijo. Antes de ir me chamou. Pediu pra eu ir no sábado visitá-la. Não vai dar, tem pedal pro Sana. Mas prometi ir lá na terça que vem.

Nas Paineiras, a ducha iria “separar os homens dos meninos”, segundo Mestre Gafanhoto. Só eu e Christiano fomos intrépidos o bastante (ou homens o bastante? hehehe) para encarar a água gelada. Não sabe o que perderam... não sei o Chris, mas eu fiquei novinha em folha.

Pra fechar, retorno ao Leblon pela orla. Um rolé básico pelos locais mais perigosos para se pedalar do Rio de Janeiro: as ciclovias da Zona Sul em manhãs de sol. Madames, corredores, casais, cachorrinhos, carrinhos de bebê, velhinhos em cadeiras de rodas, bikes de carga cheias de gelo, caminhão descarregando côco verde, tem de tudo. Tinha até alguns ciclistas, veja só que coisa.

E mammy acha perigoso pedalar na madruga...

2 comentários:

  1. Tá ficando perigoso é te acompanhar....se cuida.

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  2. Minha amada Thais, vou citar apenas dois deleites: o primeiro foi de mais um pedal com vc e o segundo ler sua bela e agradável escrita!!
    Bjs eternos.
    Ashbel.

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