quinta-feira, março 12

1° Tombo Clipada a Gente Nunca Esquece



As fisioterapeutas ficam de cabelo em pé comigo. Nunca tem espaço para colar eletrodos no meu joelho: estão sempre ralados. Agora que meu último machucado sarou, ganhei um novo.

Pudera, clipei ontem. Como já tinha o hábito de estar sempre com pés presos, por causa da pedaleira bem apertada, pelo menos não esqueço de soltar. Mas ainda me embaralho pra soltar o clipe.

Essa coisa de girar o pé pro lado, sei não. Me dá a impressão que vou torcer meu pobre pé de novo, torcido já um sem número de vezes. Antes de começar a pedalar, o esporte que eu mais praticava era ‘torcer pé’. Craque.

Aí fui girar pela orla. Antes de partir, fiquei dando voltinhas em círculo na frente da loja, clipando e desclipando, clipando e desclipando, clipando e desclipando. E as ‘pessoas normais’ que passavam achando que definitivamente eu tinha ficado doida.

Ganhei arrancada, ou sprint, como os meninos gostam de falar. Fiquei frenética: ficava pra trás do grupo, arrancava; me deixava ficar atrás de novo, arrancava outra vez; parava pra beber Guaraviton, arrancava de novo. Tive um gostinho de quanto puxar o pedal pra cima pode me fazer ganhar, mas ainda não valeu. Preciso de um rolé de verdade por aí.

No Aeroporto, já parando, caí igual uma jaca, parada, bem ali no meio de todo mundo. Tombei de lado, não consegui soltar o clipe. E mais a frente, um quase tombo de novo, mas me equilibrei apesar de tirar a corrente do lugar.

Homens. Às vezes discuto com meus amigos, sabe? Sempre prestativos, querem fazer tudo pra mim: trocar pneu, regular banco, suspender a magrela, colocar corrente no lugar. Aí tento explicar que não quero, mas homens são bichos muito sensíveis, se ofendem fácil fácil.

Aí quando o ‘não, obrigada’ não funciona, apelo para o ‘não, porra, me deixa fazer as coisas sozinha!’. Ora, tenho meu projeto de ser uma ciclista auto-suficiente, então como vou deixar os outros ficarem fazendo as coisas por mim?

Corrente soltou? Eu coloco. Freio está baixo? Eu ajusto. Pneu furou? Acende o farol, digo, eu troco. Se não, no dia em que estiver sozinha e precisar, como faço?

Taí, está na hora de inventarem um super-herói ciclista, para socorrer mocinhas intrépidas e indefesas, das garras de motoristas mal-educados e pedestres sem-noção. Vou sugerir a Marvel.

5 comentários:

  1. Por que nós gostamos sempre de ser auto-suficientes? Os homens adoooram uma mulher dependente, mesmo dizendo o contrário, mas às vezes fazemos melhor e ao nosso jeito, não é mesmo? ;)

    Oi, vim aqui por sugestão da Juliana do blog Diários.

    Beijinho

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  2. O detalhe mais bonito do meu pé é uma cicatriz que ganhei no começo do ano, do meu primeiro tombo com clipe. Lindo! Virou uma lembrança eterna das trilhas que fiz em Ibiúna, haha. E tenho o mesmo problema que você, Tha: os danados querem ajudar sempre e eu não sei dizer não. Especialmente o "Não, eu faço sozinha, porra". Não consigo nem ajustar meu freio, pq se paro a bike pra mexer, lá vem o fofo do namorado regular para mim... Mas um dia aprendo tudo. Beijos e parabéns pelo tombo! =D

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  3. Parabéns pelo tombo! O meu primeiro com clipe deixou uma linda cicatriz que vai lembrar as primeiras férias de MTB. =D
    Quando aos homens... me ensina a parte do "Deixa que eu faço, porra!". Não consigo nem ajustar freio de tanta ajuda que pinta quando paro para mexer na Siouxie.
    Beijocas!

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  4. Carissima bikeira. Concordo em genero, numero e grau contigo. o (a) cicloturista, tem que saber fazer de um tudo na bike, alias, todo ciclista tem que ser totalmente ou pelo menos 99% independente. Pois na estrada nem sempre tem um Marvel para ajudar, hehe.
    Parabens pelo blog e pelos causos de bike.
    Abraços
    Vado
    www.moonlightbikers.com.br (fora do ar temporariamente)
    www.moonlightbikers.blogspot.com.br

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