terça-feira, março 17

PEDAL NOTURNO ‘CHIC’

Ciclismo para mim não é só um esporte, nem a bicicleta um mero equipamento. Ciclismo é minha filosofia de vida. A bike, uma extensão do meu corpo. Ela dá asas aos meus sonhos e me leva aos lugares que quero ir.



Em “Balada do Louco”, Rita Lee canta: “Se eles têm três carros, eu posso voar”. É isso aí, EU posso voar. Figurinha fácil fácil, vivo ‘flutuando’ por aí. Com minha magrela posso chegar a qualquer lugar. Qualquer um, mesmo. É só uma questão de tempo.



Por que depender de uma máquina e combustível para me transportar, se meu corpo tem energia e autonomia suficientes para me levar aonde quero ir? E com minha bike, chego a lugares que de outra forma não conheceria: as mais belas paisagens só são vistas sobre duas rodas.



Tenho magrelas diferentes para diferentes propósitos. Margot me leva nas cicloviagens e me ajuda a desbravar o Rio, seu mar e suas montanhas. Briggitte me transporta por aí, seja para o trabalho, faculdade, fazer fisioterapia, visitar amigos, ir a barzinhos ou até ao teatro. Perival é minha baixa-renda, para largar presa no poste até o prefeito resolver seqüestrá-la. E a família ainda deve crescer, em breve.

Nesse meio-tempo que comecei a pedalar, fiz amigos e conheci um bocado de gente. Mas vejo muitos que quando não estão treinando ou vencendo longas distâncias com suas bikes, pegam o carro para ir jantar no restaurante a dois quarteirões de distância.



Por isso, resolvi marcar um pedal diferente, o ‘Noturno Chic’. A inspiração veio do movimento ‘Cycle Chic’ que corre o mundo e está timidamente chegando ao Brasil. Ele tenta mostra que sim, é possível usar a bike como transporte no dia-a-dia sem deixar de lado a elegância.



* Foto gentilmente cedida por Zé Lobo, da Transporte Ativo (http://www.ta.org.br)

Podemos pedalar sim, de roupas normais, por pequenas distâncias, para chegar ao trabalho, ou ir naquele restaurante nem tão perto para ir andando, mas nem tão longe para ir de carro.

No Brasil, temos o inconveniente do calor. Mas isso pode ser contornado com roupas frescas, pedalando devagar, sem pressa nem muito esforço. E se de dia está aquele maçarico, tudo bem. Mas à noite, mais fresquinho, por que não deixar o carro em casa e sair de bike? Mais econômico e sem dor de cabeça para achar vaga.

Quando tentamos apresentar uma novidade, o principal fator a ser vencido é a resistência a mudanças. Poucos se animaram e um grupo de apenas sete foi pedalar por aí, vestido assim, de ‘gente normal’.



Apesar de pequeno, o inusitado grupo chamava a atenção. Um novo amigo, Jorge, até de terno fez questão de ir. E as pessoas na ciclovia e no calçadão achavam tudo aquilo estranho, muito estranho.



Fiquei imaginando se fôssemos um grupo grande. O Rio precisa acordar para este ponto: apesar de ser a cidade da América Latina com maior número de ciclovias em quilômetros, ainda está engatinhando. São Paulo já está mais engajado e dispara mobilizações como a Bicicletada e a Pedalada Pelada.

A conta é simples, qualquer um sabe fazer: 1 ciclista = 1 carro a menos na rua. Quando pedestres nos enxergarem assim, e não como uma ameaça; quando motoristas se convencerem que estamos facilitando a vida deles e não atrapalhando o trânsito, as coisas serão muito diferentes. E bem mais simples.

Um comentário:

  1. ôpa!
    A foto da moça pedalando na cicloiva do Leblon, a nº5, é minha :-))
    Mas entrou sem créditos.
    BJs
    Zé Lobo

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