domingo, março 15

JACONÉ VIA LITORAL



"Minha vida é andar por este país
Para ver se um dia descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei”


Faço minhas as palavras de Luiz Gonzaga: vida de viajante é assim mesmo, e de cicloturista também. Então, simbora pedalar que ainda tem um mundão sem fim por aí pra conhecer. Próximo destino: Jaconé, nem tão longe, nem tão perto.



A idéia era fazer um bate-volta, uns 160 km no total. Estradinhas de terra e areais que diminuiriam nossa velocidade média, e calculei que chegaríamos à noite, bem tarde.

Poucos se animaram, talvez por ser domingo, talvez pela overdose de subidas de ontem, talvez pelo tempo. Éramos apenas quatro intrépidos, e partimos na barca de 6h30, rumo à Niterói, ponto de partida.



O corpo estava frio, eu me sentia cansada e com sono. No posto do subidão de Pendotiba, parei para um pouco de cafeína. A diversão começou na Tiririca, ao vermos nossa outra intrépida subir num embalo só toda a serrinha.



Só parou lá no Mirante para nos esperar, já que subíamos empurrando as bikes. Era a primeira vez dela e já nos encheu de orgulho. Essa menina vai longe.



E aí logo depois aquele visual maravihoso das praias oceânicas de Niterói e da Reserva Ambiental de Maricá. Dunas, cactos, urubus e ossadas. O lugar parece tão selvagem que dá para esquecer completamente que estamos a poucos quilômetros do Rio de Janeiro.



Seguimos para Ponta Negra e de lá para Jaconé, em Saquarema. Na Praia de Jaconé, almocinho gostoso de frente para o mar, com direito a ducha, brisa e elucubrações sobre a cor da espuma das ondas. E a lombra, claro.



Saímos tarde de lá. Na volta, pancada de chuva e céu preto. Teríamos pouco tempo para atravessar a reserva no claro, cuja travessia já seria bem difícil: havia chovido o suficiente para dificultar a passagem de bikers. Com o tempo ruim, a luminosidade caía a passos largos.

Pegaríamos estradas de terra em Itaipu e a Serra da Tiririca no escuro. Isso não era nada bom. Tomei uma decisão difícil: contra a vontade do grupo, trouxe-nos de volta pelo asfalto. Com chuva, melhor assim. E caso acontecesse alguma coisa, a Amaral Peixoto tem muitos postos e lugares para parar. Não ficaríamos no meio do nada no breu.



Boa parte da volta foi no escuro e na altura de Rio D’Ouro entramos em Nikity City, onde um de nossos companheiros nos levou por um caminho até o centro, mais seguro e que nos poupou muito.



Pegamos a barca de 21h e para voltar pedalando até Leblon e Ipanema, apenas duas intrépidas. Na Av. Rio Branco, minha companheira teve uma idéia brilhante: entramos subitamente no metrô, na estação da Carioca, e já saltamos aqui na estação Cantagalo, pertinho de casa. Molezinha.

Finde extenuante, com muitos roxos no briochinho esquerdo, que sofreu com minhas várias quedas por não conseguir desclipar, sempre caindo para o mesmo lado. Mas valeu a pena, agora sou uma nova ciclista. Com joelhos bons e clipada, nada mais me segura. Afinal, "minha vida é andar por este país, para ver se um dia descanso feliz"...

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